Na mesma data em que foi realizado o Golfenique Junino de 2019 houve também, um Golfenique (golfe com piquenique) para as crianças da escola pública que praticam o golfe no campo do Parque. Antes do torneio houve uma leitura comentada do decálogo do golfe que está afixado num painel ao lado do equipamento para exercício com tacos de longa distância. O torneio foi realizado em seis buracos. O lanche reforçado foi preparado pela Diretora da Associação Parque do Cocó, onde as crianças recebem reforço escolar, aulas de informática e desenvolvem outras atividades educativas.

               Empolgado com o clima de confraternização e com o resultado do torneio, decidi na hora, doar um taco ao campeão, além do troféu e do prêmio em dinheiro. Quando informei o grupo sobre esta decisão, observei que os olhares, sorrisos e gestos de todas as crianças foram de aprovação. O mesmo ocorreu com o menino campeão que abriu um belo sorriso e pareceu ficar um pouco perplexo com o que acabara de ouvir. Foi logo até a taqueira e escolheu um taco sendo aplaudido pelos colegas. No caminho até o local do lanche ele se aproximou de mim e me disse, com os olhos brilhando como quem está prestes a chorar: “Muito obrigado, mas não quero o taco”. Agora eu fiquei perplexo. Ter um taco próprio e uma bolinha de golfe é um sonho acalentado por cada criança da escola pública que frequenta as aulas de golfe nas sextas feiras à tarde.

Então me dirigindo a ele perguntei: Posso saber porque você não aceita o taco?

E ele com muita tristeza me respondeu: “Na minha casa tem uma pessoa muito violenta e vai usar esse taco para bater na gente”…

Do livro: GOLFE NO PARQUE – TACADAS CEARENSES
Autor: Antenor Naspolini – antenornaspolini@yahoo.com.br

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